A atuação do assistente técnico em perícias econômicas, contábeis e financeiras tem ganhado destaque nos processos judiciais e extrajudiciais, sobretudo diante da crescente complexidade das demandas que envolvem cálculos, revisões contratuais, perdas patrimoniais e avaliações financeiras.
Mais do que um simples apoio, o assistente técnico exerce papel estratégico: é ele quem garante à parte segurança técnica, equilíbrio probatório e argumentos sólidos para contestar ou validar laudos periciais apresentados nos autos.
Trata-se de um profissional de formação específica e experiência comprovada na área técnica da controvérsia judicial — como economia, contabilidade, finanças ou atuária. Sua principal função é representar os interesses da parte que o nomeia, contribuindo tecnicamente em todas as fases da perícia.
Entre suas atividades estão:
análise minuciosa dos autos com foco econômico-financeiro;
elaboração de quesitos técnicos objetivos e pertinentes;
revisão crítica do laudo pericial oficial;
elaboração de impugnação fundamentada em cálculos, quando necessário;
preparação de quadros comparativos, projeções e esclarecimentos técnicos ao advogado da parte.
Embora o advogado conheça profundamente os aspectos jurídicos da causa, ele geralmente não possui formação técnica específica em economia, contabilidade ou finanças. Isso pode comprometer a qualidade dos quesitos formulados ou até gerar a exclusão de perguntas pelo perito, sob alegação de impertinência, subjetividade ou interferência no mérito — situações comuns quando se mistura linguagem jurídica com demandas técnicas.
Além disso, laudos periciais não se impugnam com argumentação jurídica. A impugnação eficaz de um laudo econômico-financeiro exige domínio técnico e contracálculos demonstrativos. Alegações abstratas sobre equívocos, sem respaldo em números e metodologia, são facilmente desconsideradas pelo juízo.
Se a tese da parte autora depende de uma perícia bem conduzida e tecnicamente favorável, o assistente técnico passa a ser quase indispensável. Mesmo quando o cliente atravessa dificuldades financeiras, o próprio advogado pode estrategicamente antecipar esse investimento e incorporá-lo aos seus honorários. Em caso de sucesso, os valores retornarão via condenação da parte vencida nos honorários sucumbenciais, além do valor principal da causa.
A escolha do assistente técnico não deve ser subestimada. Esse profissional precisa ter formação compatível com a matéria discutida, conhecimento técnico atualizado e experiência prática na atuação como assistente técnico judicial. Só assim a parte poderá igualar tecnicamente a disputa, garantir que seus interesses estejam adequadamente representados e ampliar significativamente suas chances de êxito.
Mais do que uma formalidade processual, o trabalho técnico é um diferencial competitivo — que pode ser decisivo na sentença.